De amores, de milagres de rosas, de estudantes e da sua bela paisagem se faz a história de Coimbra, tantas vezes posta em verso ou cantada.
Coimbra: roteiro de arquitetura
Universidade de Coimbra
Data: Fundada em 1308
Arquitetura: O Pátio das Escolas data de 1537 sofrendo reformas no séc. XVIII que lhe dão a fisionomia que hoje lhe conhecemos.
Entre 1943 e 1975 pela mão do Estado Novo são introduzidas profundas alterações na Alta de Coimbra para ser criado o campus universitário, adotando os novos edifícios uma linguagem modernista.
Localização: Pátio das Escolas
VER ROTEIRO DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Sé Nova
Data: séculos XVI-XVIII
Arquitetura: Igreja do antigo Colégio dos Jesuítas construída em 1598, passa a funcionar como
Sé em 1772. Sofre reformas durante o século XVIII, apresentando uma fachada que combina duas correntes: a parte inferior é maneirista e o remate superior barroco.
Localização: Largo da Sé Nova
Arcos do Jardim
Data: 1540
Arquitetura:O Aqueduto São Sebastião conhecido como Arcos do Jardim foi reconstruído de raiz no século XVI sobre as ruínas dos arcos romanos. O projeto é do arq. italiano Filippo Terzi.
Localização: Calçada Martim de Freitas
TAGV
Data: 1961
Arquitetura: O conjunto é formado pelos edifícios da Associação Académica de Coimbra e pelo Teatro Académico Gil Vicente (TAGV). Apresentam uma linguagem modernista, sendo o projeto da autoria de Alberto Pessoa e João Alberto Manta.
Localização: Av. Sá da Bandeira
Sé Velha
Data: séculos XII-XIII
Arquitetura: Um dos mais importantes edifícios de estilo românico do país, da autoria de Mestre Roberto. Durante o período renascentista sofre alterações sendo criada a porta lateral chamada Porta Especiosa. O claustro é de estilo gótico.
Localização: Largo da Sé Velha
Palácio de Sub-Ripas
Data: século XVI
Arquitetura: Casa quinhentista construída sobre a muralha que apresenta janelas e portal manuelinos e baixos relevos renascentistas. É constituída por dois corpos: a Casa de Cima ou do Arco e a Casa de Baixo ou da Torre. Foi adquirida pela Universidade que nela instala o Instituto de Arqueologia.
Localização: Rua Sub-Ripas
Torre da Almedina
Núcleo da Cidade Muralhada
Data: século XII
Arquitetura: Porta da muralha medieval. A Porta de Almedina era o principal acesso à cidade alta, sendo constituída pelo Arco e Torre de Vigia.
Na Torre de Almedina funciona atualmente o Núcleo Museológico da Cidade Muralhada, que integra uma maquete da cidade medieval.
Localização: Rua do Quebra-Costas
Igreja de São Tiago
Data: século XII Reconstrução século XX
Arquitetura: Igreja românica adulterada ao longo do tempo o que leva a que, no início do séc. XX, fossem retiradas as adições que a descaracterizavam e se procedesse à sua reconstrução segundo a traça original.
Localização: Praça do Comércio
Sala da Cidade
Data: 1530
Arquitetura: A Sala da Cidade é um espaço municipal de exposições temporárias que ocupa o antigo refeitório do mosteiro de Santa Cruz. A sala foi concebida por Diogo Castilho e tem traça gótica.
Localização: Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes
Edifício Chiado - Museu Municipal
Data: 1910 Reabilitação: 1995
Arquitetura: Arquitetura do ferro.
Localização: Rua Ferreira Borges
Museu da Água
Data: 1922 Reabilitação 2007
Arquitetura: Edifício da antiga estação elevatória de água reabilitado e acrescentado com um novo corpo, com projeto da autoria de João Mendes Ribeiro, Alberto Laje e Paola Monzio.
Localização: Parque da cidade
Pavilhão de Portugal
Data: 2003
Arquitetura: Pavilhão de Portugal para a Expo 2000 em Hanover na Alemanha, desenhado por Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura. Foi reinstalado no Parque Verde do Mondego.
Localização: Parque Verde do Mondego
Mosteiro de Santa-Clara-a-Velha
Data: 1330 Reabilitação 2009
Arquitetura:Apesar de haver referências anteriores, a igreja do Mosteiro de Santa-Clara-a-Velha data de 1330, aquando das obras empreendidas a mando da Rainha Santa Isabel. Trata-se de um templo gótico da autoria de Domingos Domingues. No séc. XVII devido a estar frequentemente inundado é abandonado.
Permanece parcialmente submerso até 1995, altura em que se iniciam as obras de requalificação, da autoria de Alexandre Alves da Costa com Sérgio Fernandez e Luís Urbano. Para além da recuperação da ruína e campanha arqueológica de escavação dos claustros, foi ainda construído o Centro Interpretativo.
Localização: Rua das Parreiras
Convento de S. Francisco
Data: 1603/09 Reabilitação 2016
Arquitetura: Edifício monástico de estilo maneirista. Foi ocupado no final do século XIX por uma fábrica de lanifícios que o descaracterizou.
Foi reabilitado e adaptado a Centro de Convenções e Espaço Cultural com projeto de Carrilho da Graça.
A Requalificação da Igreja do Convento de S. Francisco datada de 1609, com vista à sua reabertura ao culto e adaptação parcial a Centro de Arte Contemporânea e Congressos é de Gonçalo Byrne.
Localização: Av. da Guarda Inglesa
Mosteiro de Celas
Data: séculos XIII, XVI e XVIII
Arquitetura: Edifício de traça gótica, com reformas posteriores.
Localização: Largo do Mosteiro de Celas
Conservatório de Música
Data: 2011
Arquitetura: Reabilitação da Escola Secundária Quinta das Flores e construção do Conservatório de Música de Coimbra com projeto de José Paulo dos Santos.
Localização: Rua Pedro Nunes
Polo II da Universidade de Coimbra
Data: desde 1988
Arquitetura: plano de MVCC, arquitectos, com edifícios de diferentes autorias..
Localização: Pinhal de Marrocos
Museu Machado de Castro
Data: criptopórtico romano Reabilitação: 2013
Arquitetura: O museu assenta sobre um criptopórtico romano, sendo o edifício principal um antigo paço do século XII.
A partir de 1999 entra em obras de requalificação e ampliação tendo a última fase ficado concluída em 2013. O projeto de reabilitação é de Gonçalo Byrne.
Localização: Largo Dr. José Rodrigues
Museu da Ciência
Data: 1772 Reabilitação: 2006
Arquitetura: O Museu da Ciência funciona no antigo "Laboratório Chimico", o 1º edifício de ensino de química em Portugal, projetado pelo eng. Elsden, encarregue das refomas pombalinas da Universidade.
Em 2006 é reabilitado e adaptado a Museu da Ciência com projeto da autoria de João Mendes Ribeiro e do Atelier do Corvo.
Localização: Largo Marquês de Pombal
Estufa Tropical do Jardim Botânico
Data: século XVIII Reabilitação da Estufa: 2017
Arquitetura: o Jardim Botânico foi construído no século XVIII, no âmbito das reformas pombalinas da Universidade. Ocupa uma área de mais de 13 hectares, sendo constituído por jardins, estufas e mata.
A Estufa Tropical é um dos primeiros exemplares da arquitetura de ferro em Portugal, tendo sido construída em 1859. O projeto de recuperação da Estufa Tropical é de João Mendes Ribeiro.
Localização: Alameda Dr. Júlio Henriques
Casa das Caldeiras
Data: anos 20 Reabilitação 2008
Arquitetura: Antigo centro termal dos Hospitais da Universidade de Coimbra, foi reabilitado e ampliado sendo o projeto de João Mendes Ribeiro e Cristina
Guedes.
Localização: Rua Padre António Vieira
Casa da Escrita
Data: século XVI Reabilitação 2010
Arquitetura: Antiga Casa do Arco adaptada a espaço vocacionado para atividades culturais ligadas à escrita. Projeto de João Mendes Ribeiro.
Localização: Rua Dr. João Jacinto
Torre do Anto
Núcleo da Guitarra e do Fado
Data: século XVI Reabilitação 2013
Arquitetura: Estrutura defensiva militar reabilitada para Casa Museu da Guitarra do Fado de Coimbra, que alberga as guitarras de Carlos Paredes. O projeto foi desenvolvido pela Direcão Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, sendo a autoria de Carlos Amaral e Sofia Ramos.
Localização: Rua de Sub-Ripas
Porta da Barbacã
Data: século XIII
Arquitetura: Porta da muralha medieval.
No edifício lateral funciona o Centro de Arte Contemporânea de Coimbra que acolhe 193 obras da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, que faziam parte da ex-coleção BPN
Localização: Rua Ferreira Borges
Igreja de Santa Cruz
Data: século XVI
Arquitetura: Igreja do antigo Mosteiro de Santa Cruz, construída entre os séculos XII e XIII. Do edifício românico original nada resta sendo a sua fisionomia atual datada da reforma levada a cabo durante o século XVI. O portal da fachada data de 1523 sendo da autoria de Diogo de Castilho. O arco triunfal construído no século XIX é de José de Couto.
Localização: Praça 8 de maio
Centro de Artes Visuais (CAV)
Data: séc. XVI Reabilitação 2003
Arquitetura: Originalmente um dos colégios erigidos no século XVI na Rua da Sofia, tendo funcionado posteriormente como sede da Inquisição Coimbrã. Recentemente foram empreendidas obras de reabilitação para conversão do espaço em Centro de Artes Visuais (CAV). O projeto é de João Mendes Ribeiro.
Localização: Pátio da Inquisição
Agência do Banco de Portugal
Data: 1907
Arquitetura: Adães Bermudes
Localização: Largo da Portagem
Ponte pedonal Pedro e Inês
Data: 2006
Arquitetura: Construída, no âmbito do programa Polis, numa homenagem aos amores históricos de D. Pedro e D.ª Inês, integra o Parque Verde do Mondego. O projeto é do arquiteto Cecil Belmond e do engenheiro António Adão Fonseca.
Localização: Parque Verde do Mondego
Escola de Vela
Data: 2006
Arquitetura: MVCC,arquitectos
Localização: Parque Verde do Mondego
Portugal dos Pequenitos
Data: 1940
Arquitetura: Cassiano Branco
Localização: Av. da Guarda Inglesa
Convento de Santa Clara-a-Nova
Data: século XVII
Arquitetura: Planimetria maneirista, portal da igreja e fachada da portaria barrocos. Claustro atribuído a Carlos Mardel (um dos autores do projeto da Baixa Pombalina).
Localização: Alto de Santa Clara
Polo III da Universidade de Coimbra
Data: desde 2001
Arquitetura: Plano de Rebello de Andrade, com edifícios de diferentes autorias.
Localização: Celas, junto ao CHUC
VER ROTEIRO DE ARQUITETURA DO POLO III
Residência de Estudantes
Data: 2004
Arquitetura: Gonçalo Afonso Dias
Localização: Rua Pedro Nunes
Centro de Sangue e da Transplantação de Coimbra
Data: 2011
Arquitetura: ARX Portugal arquitectos
Localização: Covões
Coimbra: enquadramento histórico
Embora o povoamento de Coimbra remonte à pré-história é no período romano que encontramos os primeiros vestígios de uma urbe então denominada aeminium. No século V o bispo de Conímbriga, uma importante cidade romana do concelho de Condeixa-a-Nova, fixa residência na cidade que passa a ter o nome de Coimbra. No século VI sofre a ocupação dos visigodos tornando-se na mais importante cidade moçárabe a sul do Douro.
Durante o século XI é construída uma muralha que envolve todo o morro e forma um anel com várias torres de vigia e portas, das quais quase nada resta. No século XIII é construída uma segunda cortina de muralhas na vertente oeste da qual apenas resta o Arco Pequeno da Almedina.
A cidade é, nesta altura, um ponto estratégico em termos defensivos, sendo a sua defesa reforçada por uma rede de castelos que constituem a Linha Defensiva do Mondego. Dela fazem parte os castelos de Lousã, Pombal, Penela, Montemor-o-Velho, entre outras estruturas defensivas, como o Forte de Santa Catarina, na Figueira da Foz.
A história de Coimbra está ligada à da nacionalidade. D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, concede-lhe Carta de Foral e torna-a na capital do novo reino.
É na Igreja de Santa Cruz, integrada no antigo mosteiro, mandado erigir em 1131, que se encontra o túmulo de D. Afonso Henriques. Localiza-se na Praça 8 de Maio tendo esta sido alvo de um projeto de reabilitação urbana, na década de 90, da autoria de Fernando Távora. A praça foi convertida num espaço pedonal, em continuidade com as estreitas ruas da Baixa, valorizando o enquadramento e acesso à Igreja.
Durante o século XII é também construída a Sé Velha, um dos mais importantes edifícios românicos do país, da autoria do mestre Roberto. A Sé Velha está ligada hoje às tradições académicas, sendo palco da Serenata Monumental, a cerimónia que marca o início da Queima das Fitas de Coimbra.
Durante os séculos XIII e XIV a cidade consolida-se e divide-se em duas áreas cuja denominação perdura até hoje: a "Alta", no espaço intramuros, ocupada pela aristocracia e pelo clero; e a "Baixa", no arrabalde, onde se fixa a população mercantil e os artesãos. Existem também alguns núcleos habitacionais ligados aos mosteiros e conventos, nomeadamente Celas e Santa Clara.
A Universidade de Coimbra, uma das mais antigas da Europa, é fundada em 1308. Passando temporariamente para Lisboa, instala-se definitivamente em Coimbra em 1537, sendo um importante marco histórico-cultural e um catalisador do seu desenvolvimento até à atualidade.
Inúmeras são as tradições da cidade associadas à Universidade e aos estudantes. A história de Coimbra e da Academia fundem-se na cultura e conhecimento científico, no "fado", na "capa e batina", na "Académica"... A Associação Académica de Coimbra, fundada em 1887, é a mais antiga associação de estudantes do país. A grande população estudantil também contribui para o sucesso da "noite" de Coimbra.
A partir do século XVI, impulsionada pela presença da Universidade, a fácies de Coimbra começa a mudar. É aberta a Rua da Sofia, uma das mais largas artérias até então, onde são instalados vários colégios universitários. Detinham uma tipologia conventual, com claustro e igreja exterior, mas ao longo do tempo sofrerem muitas alterações. Um desses colégios foi convertido para sede da Inquisição Coimbrã e recentemente reconvertido em Centro Artes Visuais (CAV), sendo o projeto de João Mendes Ribeiro.
Durante a 2ª metade do século XVI, os Jesuítas fundam novos colégios na Alta. Com as extinção dos Jesuítas, em 1759, estes amplos edifícios passam a fazer parte da Universidade.
No final do século XVI destaca-se a reconstrução do Aqueduto de São Sebastião, conhecido como Arcos do Jardim. Reconstruído de raiz sobre as ruínas dos arcos romanos, possui 21 arcos e prolonga-se por 1Km, tendo sido construído para abastecer de água a Alta.
No início do século XVIII são empreendidas reformas na Universidade. É criada a Biblioteca Joanina, cujo interior alberga um vasto espólio de obra literárias datadas do século XII ao século XIX. É construída a Torre da Universidade que se torna na imagem icónica de Coimbra. Do seu topo goza-se uma perspectiva única sobre a cidade. No final do século XVIII, incluído nas reformas pombalinas, é criado o Jardim Botânico, que ocupa uma área de 3 hectares, com inúmeras espécies vegetais distribuídas pelo jardim, estufas e mata.
Passado o período conturbado da invasão francesa, no final do século XIX, Coimbra moderniza-se. São arranjadas as margens do Mondego e em 1890 é construída a estação de caminhos de ferro. A nível urbanístico rasga-se uma importante artéria, ao gosto dos boulevards europeus, a Av. Sá da Bandeira que culmina na Praça da Republica, onde em 1901 se jogava um novo desporto, o futebol.
Em meados do século XX a Alta de Coimbra sofre, pela mão do Estado Novo, uma vasta demolição do edificado residencial e de alguns edifícios notáveis, para dar lugar aos novos edifícios de um campus universitário. A população residente é realojada em novos bairros de moradias, nomeadamente em Celas e no Bairro Norton de Matos.
Recentemente, a Universidade, devido ao grande número de alunos, abandona parcialmente a Alta e algumas faculdades são deslocadas para dois novos pólos.
O Polo II é uma vasta área a sul da cidade, junto do rio, cujos novos edifícios universitários e residências de estudantes são projetados por arquitetos como: Gonçalo Byrne, Aires Mateus, Manuel Tainha e Fernando Távora, entre outros.
O Polo III está vocacionado para a área de saúde.
Esta descentralização leva a que Coimbra adote novas centralidades como Celas, Solum e Vale das Flores. Nestas localizam-se as principais escolas e infraestruturas.
No virar do milénio, no âmbito do programa Polis, dá-se a criação do Parque Verde do Mondego com equipamentos desportivos, de lazer, bares e espaço para a realização de espetáculos, enquadrados numa ampla área verde. Ainda integrado no programa Polis, em 2006, constrói-se uma ponte pedonal, numa homenagem aos amores históricos de D. Pedro e D.ª Inês.
O Parque Verde do Mondego veio reforçar a ligação da cidade ao rio e a aproximação das duas margens. O Mondego, que era um elemento de divisão, passa a ser um elo de ligação entre a margem esquerda e a direita de Coimbra.
Na verdade, as duas margens estão bastante próximas, até pela recente reabilitação de alguns monumentos na margem de Santa Clara, designadamente o Mosteiro de Santa Clara a Velha, da Quinta das Lágrimas e do Convento de São Francisco, adaptado a sala de espetáculos com projeto de Carrilho da Graça.
2021 DEZEMBRO, 01 (atualização)
2012 MAIO, 31 (publicação)
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