Universidade de Coimbra: percurso arquitectónico pelos edifícios da Alta

Universidade de CoimbraA Universidade de Coimbra foi fundada em 1308, sendo uma das mais antigas da Europa. Neste roteiro de arquitetura da Universidade damos a conhecer os edifícios localizados na Alta de Coimbra.



Universidade de Coimbra: roteiro de arquitetura

PAÇO DAS ESCOLAS
01
Universidade de Coimbra

Via Latina

Torre da Universidade: António Cannevari | 1728-33
Paço manuelino: Marcos Pires | 1728-33

02

Porta Férrea

António Cannevari | 1728-33

04

Biblioteca Joanina

Gaspar Ferreira | 1717-25

03
Universidade de Coimbra

Capela de S. Miguel

Marcos Pires | 1517-22

05
Auditório da Faculdade Direito Távora

Auditório da Faculdade de Direito

Fernando Távora | 1994-2000




ANTIGOS COLÉGIOS DA ALTA

06
Casa da Jurisprudência

Colégio da Trindade
Casa da Jurisprudência

autor desconhecido | 1562
Reconstrução e adaptação: Aires Mateus | 2017
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08
Universidade de Coimbra

Colégio de S. Jerónimo
Departamentos da FLUC e Museu Académico

Diogo Castilho | 1565

10
Universidade de Coimbra

Laboratório Chimico
Museu da Ciência

Guilherme Elsden | 1772-75
Reabilitação e adaptação para Museu da ciência:
João Mendes Ribeiro | 2002

12

Colégio de Santo Agostinho
Faculdade de Psicologia

Filippo Terzi | 1593-63
Fotografia: UC

07
Universidade de Coimbra

Colégio de São Bento
Departamentos de Botânica e de Antropologia da FCTUC

Diogo Murça | século XVI

09
Universidade de Coimbra

Real Colégio das Artes
Departamento de Arquitetura

autor desconhecido | 1568
Adaptado em 1870 para enfermarias do Hospital. Após a passagem do Hospital para o novo edifício em Celas, aí se instala, em 1998, o departamento de Arquitetura e, mais tarde, no piso O, o Museu da Ciência e da Técnica.

11
Universidade de Coimbra

Colégio de Jesus
Sé Nova
Departamentos de Zoologia e das Ciências da Terra da FCTUC

autor desconhecido | século XVI
projeto de alteração: Guilherme Elsden | 1772-75

13

Casa dos Mellos
Faculdade de Farmácia

autor desconhecido | finais do século XVI




INTERVENÇÃO DO ESTADO NOVO - CAMPUS UNIVERSITÁRIO

14
Universidade de Coimbra

Faculdade de Letras

Alberto Pessoa | 1945

16
Universidade de Coimbra

Faculdade de Medicina

Lucínio Guia da Cruz | 1952-56

18
Universidade de Coimbra

Departamento de Matemática da FCTUC

Lucínio Guia da Cruz | 1959-69

15
Universidade de Coimbra

Biblioteca Geral

Alberto Pessoa | 1947-56

17
Universidade de Coimbra

Departamento de Física e Química da FCTUC

Lucínio Guia da Cruz | 1959-75

19
Universidade de Coimbra

Escadas Monumentais

Cottinelli Telmo | 1943-50




EDIFÍCIOS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA LOCALIZADOS NOUTROS PONTOS DA CIDADE

20
Universidade de Coimbra

Associação Académica de Coimbra
Teatro Académico Gil Vicente (TAGV)

Alberto Pessoa e João Abel Manta | 1954-61

22
Universidade de Coimbra

Polo II

VER ROTEIRO POLO II
21

Palacete dos Limas
Faculdade de Economia

Silva Pinto | 1914

23
Universidade de Coimbra

Polo III

VER ROTEIRO POLO III



Universidade de Coimbra: enquadramento histórico

Constituída por oito faculdades, estruturas de apoio, Teatro, Associação Académica e Jardim Botânico, a Universidade de Coimbra está espalhada por várias áreas da cidade.

Possui três principais polos: o Polo I na Alta de Coimbra, o Polo II, a sul da cidade, vocacionado para os cursos de engenharia, e o Polo III, em Celas, conhecido como Polo Ciências da Saúde. Junto a este último funcionam as principais unidades de saúde da cidade CHUC, IPO e Pediátrico.

A imagem da Universidade está associada ao morro da Alta Coimbrã e, em particular, ao Paço das Escolas com a sua célebre Torre.

Fundada em 1308 mas só passando a funcionar definitivamente em Coimbra a partir de 1537, era no Paço das Escolas, ou Pátio da Universidade, que se concentravam os então denominados "Estudos Gerais". Durante o século XVI todo este espaço, que outrora fora o Paço Real de Coimbra, é profundamente transformado. É construída a Capela de São Miguel, de estilo manuelino, e reformada a "Sala Grande" hoje Sala dos Capelos, onde decorrem as mais importantes cerimónias académicas.

Mas é no século XVIII que o espaço ganha a fácies que hoje lhe conhecemos. É construída a Via Latina, a Porta Férrea (a simbólica porta de entrada na Universidade), a Biblioteca Joanina, com o seu vasto espólio literário, e no angulo noroeste do pátio, a Torre da Universidade.

A Torre, também conhecida como a Torre da Cabra, nome dado a um dos seus sinos, com 34 metros de altura e gozando de uma posição privilegiada no ponto mais alto da cidade histórica, torna-se rapidamente na imagem icónica de Coimbra. É um dos mais belos exemplares de arquitetura barroca em Portugal com uma traça de clara influência italiana.

O Marquês de Pombal empreende reformas na Universidade, devendo-se a ele a construção do Laboratório Chimico, atualmente Museu da Ciência, o Jardim Botânico e o Observatório Astronómico, localizado no Pátio da Universidade e demolido aquando da intervenção do Estado Novo.

Com a expulsão de Portugal dos Jesuítas, em 1759, os edifícios dos colégios, que se tinham instalado na Alta, desde o século XVI, passam para a posse da Universidade, sofrendo obras para adaptação às suas novas funcionalidades. O Hospital da Universidade de Coimbra instala-se no Colégio das Artes e de São Jerónimo e aí funciona até 1987. Ainda hoje alguns departamentos das faculdades funcionam nestes edifícios.

Já no século XX, pela mão do Estado Novo, é empreendida uma polémica intervenção na Alta de Coimbra, para converter aquele espaço num Campus Universitário. Grande parte do edificado é destruído para dar lugar aos novos edifícios das faculdades e a uma nova conformação espacial representativa dos valores do regime salazarista.

O plano da Cidade Universitária é elaborado entre 1934 e 1942 e as obras decorrem entre 1943 e 1975, sob direção de Cottineli Telmo e mais tarde de Cristino da Silva. O plano, com os edifícios dispostos ao longo de um eixo rematado, a norte, pela Torre da Universidade e, a sul, pela Praça Dom Dinis e pelas escadas monumentais, não seria totalmente cumprido uma vez que acabaram por não ser demolidos os Colégios de S. Jerónimo e das Artes.

Em 1995, é traçado um novo plano, de autoria de Gonçalo Byrne, que visa redefinir espaços e usos, adequando-os à contemporaneidade.


2021 NOVEMBRO, 14 (atualização)
2012 NOVEMBRO,10


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