Bragança preserva um pedaço de história no seu núcleo amuralhado primitivo, a cidadela. O seu castelo deteve um papel preponderante na defesa de ataques de mouros, espanhois e até franceses.
Bragança: roteiro de arquitetura
Castelo
Data: séculos XIII - XV
Arquitetura: O recinto do castelo é formado por 4 torres circulares, a Torre de Menagem, construída no século XV, com traça gótica e a Torre da Princesa. A Torre de Menagem alberga, desde 1983, o Museu Militar com peças de armamento desde o século XII até à II Guerra Mundial.
Localização: Cidadela
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Domus Municipalis
Data: século XIII
Arquitetura: Adossado á Igreja de Santa Maria, é um dos poucos edifícios existentes na península de arquitetura românica civil. Detinha a função de cisterna e Sala de Reuniões da Câmara. É construído em alvenaria aparelhada de granito, com as fachadas marcadas por uma arcaria de volta perfeita.
Localização: Cidadela
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Porta da Vila
Porta de Santo António
Data: século XV
Arquitetura: Porta da muralha medieval. Trata-se de dupla entrada sendo a porta da face exterior (na foto) a Porta da Vila e a segunda junto do edificado e ladeada por dois torreões, a porta de S.to António.
Localização: Cidadela
Convento de S. Bento
Data: 1590
Arquitetura: Destaque na fachada para o portal de 1597 e a pedra de armas da dama nobre que o mandou construir.
Localização: Rua de São Francisco
Museu Abade de Baçal
Data: século XVI Ampliação: 2006
Arquitetura: O edifício foi originalmente o Colégio de São Pedro sofrendo, no século XVIII, obras de ampliação para adaptação à função de Sede Episcopal.
Em 1915 é adaptado a Museu. No final do século XX sofre obras de ampliação com projeto de António Portugal e Manuel Maria Reis.
Localização: Rua Conselheiro Abílio Beça
Edifício do Principal
Data: 1791
Arquitetura: Edifício destinado à Guarda Principal, da autoria do Tenente Coronel Engenheiro José de Morais Antas Machado.
Localização: Rua Serpa Pinto
Centro de Arte contemporânea Graça Morais
Data: século XVII Ampliação e reabilitação: 2008
Arquitetura: Solar reabilitado e ampliado com projeto de Eduardo Souto de Moura
Localização: Rua Abilio Beça
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Parque do Rio Fervença
Data: 2008
Arquitetura: Obra de requalificação urbana integrada no Programa Polis com plano sob responsabilidade da arq.ª Maria Manuel Cruz e do eng. José Moreno Cruz. O projeto da fase 1, Corredor Verde do Fervença, é de Vasco da Cunha.
Localização: Parque do Rio Fervença
Teatro Municipal
Data: 2004
Arquitetura: Filipe Oliveira Dias
Localização: Praça Prof. Cavaleiro Ferreira
Central de Camionagem
Data: 2003Arquitetura: O projeto da central de camionagem e a recuperação do edifício existente da estação de caminhos de ferro é de Carlos Prata com Nelson Cirne.
Localização: Av. João da Cruz
Igreja de Santa Maria
Data: século XVI
Arquitetura: Também chamada por Santa Maria do Sardão, a sua fachada assimétrica é marcada por um portal barroco.
Localização: Cidadela
Porta do Sol
Data: século XV
Arquitetura: Porta da muralha medieval.
Localização: Cidadela
Convento de São Francisco
Data: século XIII Reconstrução: século XIX
Arquitetura: Sérgio Borges
Edificação de raiz românica, com fachada maneirista de 1635.
Localização: Rua de São Francisco
Fundação D. Afonso Henriques
Data: 1904 Reabilitação 2008
Arquitetura: Adães Bermudes
Localização: Rua de São Francisco
Igreja de São Vicente
Data: século XVI a XVIII
Arquitetura: Templo com traços góticos, portal maneirista e chafariz com armas reais de 1746.
Localização: Praça Velha
Edifício Paulo Quintela
Centro de Fotografia Georges Dussaud
Data: século XIX
Arquitetura: Criado em 2013 o Centro de Fotografia Georges Dussaud ocupa o 1º andar desta casa senhorial e reúne, numa exposição permanente, fotografias deste fotógrafo francês.
Localização: Rua Conselheiro Abílio Beça
Antiga Sé
Data: 1562 Reabilitação: 2004
Arquitetura: Antigo Colégio dos Jesuítas. A igreja apresenta traços maneiristas e barrocos pelas reformas introduzidas durante o século XVIII. O conjunto foi recuperado pela Câmara Municipal para albergar várias valências de âmbito cultural.
Localização: Largo da Sé
Centro Ciência Viva
Data: 2007
Arquitetura: O Centro Ciência Viva integra a recuperação de um antigo moinho da seda e um novo edifício, no lugar da antiga central hidroeléctrica, projetado pela arquiteta italiana Giulia de Appolonia.
Localização: Parque do Rio Fervença
Espaço envolvente à antiga estação ferroviária
Data: 1904 Requalificação: 2004
Arquitetura: A requalificação do espaço envolvente ao edifício da antiga Estação Ferroviária e à nova Central de Camionagem - Jardim da Estação - é da autoria do arq.º Carlos Praça. O espaço detém várias funções: área verde pública, Museu Ferroviário e parque infantil.
Localização: Rua da Estação
Escola Superior de Saúde
Data: 1975
Arquitetura: Viana de Lima
Localização: Rua D. Afonso V
Bragança: enquadramento histórico
Povoada desde a pré-história, Bragança era já uma importante cidade no período de ocupação romana, chamando-se Juliobriga.
Durante a Idade Média, Bragança centra-se num núcleo muralhado sobranceiro ao vale do rio Fervença, conhecido como Cidadela e que mantém a sua morfologia medieval até hoje.
A marca visual da Cidadela é o Castelo, um recinto com quatro torres circulares, no centro do qual se ergue a Torre de Menagem, construída no século XV. Também no interior do castelo, adossada à face norte, localiza-se a Torre da Princesa, ligada a lendas de amores e princesas prisioneiras.
No núcleo central da Cidadela localiza-se outro ex-libris da cidade - a Domus Municipalis, um exemplo singular de arquitetura civil românica.
A primeira cintura de muralhas, que envolve o núcleo antigo, remonta ao século XII, sendo reforçada por um segundo pano no século XIII. A muralha é reconstruída e reforçada nos séculos XV e XVI, devido à sua destruição pelos sucessivos conflitos aí travados. É dotada de torreões circulares e coroada por um caminho de ronda. Possui três portas: a nascente a Porta do Sol e no remate poente do arruamento principal uma dupla entrada, a Porta da Vila na face exterior, e a Porta de Santo António, ladeada por dois torreões, no interior junto ao edificado.
Em 1464, D. Afonso V concede a Bragança o Foro de cidade, uma das mais antigas de Portugal.
Devido à sua posição estratégica do ponto de vista militar, por se situar na zona fronteiriça, e devido à crescente importância do comércio da seda, Bragança desenvolve-se e expande-se para o arrabalde a oeste, hoje o centro histórico da cidade.
Durante os séculos XVI a XVIII a malha urbana consolida-se. São construídas várias casas brasonadas ou solares, como a Casa do Arco, que podemos apreciar percorrendo as ruas do centro histórico.
As igrejas e ordens religiosas que se instalam em Bragança são uma força motriz ao desenvolvimento urbano, pela construção de património e por serem um fomento ao ensino e à saúde.
Destaca-se a construção da Igreja da Sé, datada de 1562. Destinada inicialmente a um convento de clarissas acabaria por ser entregue à Companhia de Jesus que cria, em instalações anexas, um Colégio. Hoje o conjunto foi recuperado para a instalação do Centro Cultural Municipal, Biblioteca, Conservatório de Música e Espaço de Memória da Cidade, mantendo-se a Igreja da Sé com entrada lateral e traça marcada pelas reformas do século XVIII.
O século XVIII constitui um período próspero da cidade. Bragança possui um elevado número de famílias nobres, religiosos e militares a viverem na cidade, o que leva a que a malha urbana se consolide, mas não aumentando significativamente em área.
Em 1764 dá-se a transferência da Sede Episcopal de Miranda do Douro para Bragança, passando esta a funcionar no antigo Colégio de São Pedro do século XVI, que sofre obras de ampliação e beneficiação para adaptação à sua nova função. No século XX este espaço é convertido em Museu sob direção do Abade de Baçal do qual adota o nome.
No século XIX, durante o período das Invasões Francesas, a cidade sofre um retrocesso, agravado pela extinção do comércio da seda, um importante motor económico da região, e pela filoxera da vinha que enfraquece a economia rural. Este fatores contribuem para a emigração da população e consequente perda demográfica. Assim, a área urbana no início do século XX não difere muito da do século XVIII.
No início do século XX, a chegada do caminho de ferro e a construção da Estação, terminal da linha do Tua, conjuntamente com o rasgamento da Av. João da Cruz, veio criar uma nova zona de expansão urbana.
Os planos de urbanização dos anos 40, da autoria de Januário Godinho, e dos anos 60, de Viana de Lima, regulam o crescimento da cidade. São abertos novos eixos urbanos e construído edifícios de serviços, como os Correios, o Palácio da Justiça, escolas públicas, o hospital, o Instituto Politécnico, unidades hoteleiras e zonas industriais. Isto introduz na cidade novas polaridades. Contudo, o aumento populacional continua lento, devido à forte emigração e ao isolamento demográfico causado pelas condições topográficas e climatéricas adversas e às más acessibilidades.
O crescimento urbano e demográfico é retomado a partir dos anos 70, auxiliado pela fixação de uma população estudantil. Com a adesão de Portugal à CEE, em 1986, Bragança aproveita os apoios comunitários para empreender uma reforma urbana, modernizando-se. São criadas infraestruturas básicas, novos eixos viários e áreas residenciais.
Nos últimos anos, a política de desenvolvimento urbano de Bragança assenta na valorização do património, na requalificação urbana, na oferta diversificada de espaços culturais e na criação de espaços verdes. Foram também criadas novas acessibilidades.
No âmbito do programa Polis, são empreendidos diferentes projetos que abrangem uma vasta área: Corredor Verde do rio Fervença, Centro de Ciência Viva, Praça Camões, Arranjo Urbanístico da Zona Histórica e da Encosta do Castelo e Iluminação Cénica da Cidadela.
O Corredor Verde do rio Fervença, que permite valorizar ambiental e paisagisticamente as margens do rio vem introduzir percursos pedonais e cicloviários que respeitam a topografia natural do terreno, quatro pontes de madeira que permitem o fácil atravessamento de uma margem a outra, novas zonas de lazer como parque infantil, esplanada e anfiteatro ao ar livre.
O Centro de Ciência Viva está instalado no espaço da antiga Central Hidroelétrica, na margem esquerda do rio, incluindo também um antigo moinho utilizado na industria da seda, agora reabilitado.
Há uma clara aposta na arquitetura contemporânea no projeto de novos edifícios, nomeadamente o Teatro Municipal e o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, projetado por Eduardo Souto de Moura.
A pensar no futuro, nos últimos anos têm sido realizados estudos e implementados projetos para tornar Bragança numa Ecocidade. Pretende-se incentivar a fixação de industrias de baixo impacte ambiental ligadas à ecoenergia, promover o ecoturismo, interligado com a zona protegida do Nordeste Transmontano e a construção sustentável.
2021 DEZEMBRO, 08
2012 OUTUBRO, 30
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