Viana do Castelo

Tendo sido considerada pela revista wallpaper uma "meca da arquitetura", Viana do Castelo oferece uma beleza natural, rica em contrastes cromáticos, entre o monte verdejante de Santa Luzia e o azul do oceano Atlântico.


Viana do Castelo: enquadramento histórico

Existem vestígios de povoamento de Viana do Castelo desde a Idade do Ferro, como o comprova o castro do Monte de Santa Luzia. A Citânia de Santa Luzia, conhecida localmente como "cidade velha" terá sido povoada até ao séc. II d.C. A sua localização no alto do monte permitia-lhe o domínio de vastas áreas da zona litoral ribeirinha e controlar o movimento de entradas e saídas da foz do rio Lima.

Citania de Santa Luzia

A cidade é fundada em 1258, com foral concedido por D. Afonso III, tendo o nome de Viana Foz do Lima. Era então uma comunidade de homens do mar e de mercadores, dotada de porto de mar e boas comunicações terrestres e fluviais. Até ao século XX os estaleiros navais mantém uma importante atividade.

Durante o século XIV a população fixa-se e aumenta, sendo abertas novas ruas e praças.

Em 1502, D. Manuel I manda construir, para proteção da barra do rio Lima uma primeira fortificação conhecida como Torre da Roqueta. O forte, ou castelo como também é conhecido, é ampliado durante o reinado de D. Filipe I adquirindo a forma poligonal que hoje lhe conhecemos. Assim, o Forte de Santiago da Barra foi construído em 1588, sendo reconstruído durante no século XVIII. Possui forma poligonal com baluartes e foi projetado por Filippo Terzi, engenheiro/arquiteto militar italiano.

No século XV é construída a Sé um edifício na transição do românico para o gótico. Nas imediações podemos encontrar várias casas medievais com interessantes pormenores arquitetónicos do período manuelino e gótico.

Durante o século XVI, época áurea dos Descobrimentos, o porto de Viana assume grande importância como porto de pesca, mas sobretudo porque dele partiam navios com marinheiros e navegadores rumo ao Novo Mundo.

A nível urbanístico, continuam a rasgar-se novas artérias e locais para a realização de feiras e mercados. São erigidos os Paços do Concelho, edifícios destinados à cobrança de impostos e a igreja e hospital da Misericórdia, um interessante edifício de arquitetura civil ricamente ornamentado com esculturas e frontão.

Durante o século XVII, fixam-se em Viana do Castelo comunidades de ingleses, franceses, holandeses e alemães, conferindo à cidade um carácter mais cosmopolita. A arquitetura civil ganha destaque com a construção de casas e palacetes. A nível religioso são fundados novos mosteiros e a rede de capelas é alargada.

Para permitir o atravessamento do rio Lima para a margem sul, em 1716 dá-se a construção de uma ponte em madeira. Em 1877, com a construção da linha de ferro e o aumento da circulação de pessoas e bens, é projetada, por Gustavo Eiffel, uma nova ponte metálica, ainda hoje um dos ex-libris da cidade.

Ponte Eiffel Viana do Castelo

No início do século XX, à semelhança de outras cidades portuguesas, é rasgada a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, que cria um eixo interior / frente de rio, cruzado pelo Jardim Público que se prolonga até à ponte de Eiffel.

No Monte de Santa Luzia, de onde se pode desfrutar de uma ampla panorâmica da cidade, é erigida a Basílica de Santa Luzia, ou Sagrado Coração de Jesus, projetada por Ventura Terra.

Basílica de Santa Luzia

Integrado no programa Polis, dá-se uma requalificação da zona ribeirinha. Procede-se ao arranjo urbanístico da Praça da Liberdade, um projeto de Fernando Távora; constrói-se a biblioteca municipal, em betão branco, projetada por Álvaro Siza Vieira, o pavilhão multiusos de Eduardo Souto de Moura.

Biblioteca Municipal de Viana do Castelo
Biblioteca Municipal - Álvaro Siza Vieira
Pavilhão Multiusos Viana do Castelo
Pavilhão Multiusos, Eduardo Souto de Moura

No âmbito do Programa Recria, são reabilitadas cerca de duas centenas de casas no Centro Histórico, algumas das quais premiadas pela qualidade da intervenção.

Viana do Castelo foi considerada pela revista inglesa Wallpaper como uma "meca da arquitectura".


2015 FEVEREIRO, 29 (Atualização)

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