Cromeleque dos Almendres: um dos mais antigos recintos megalíticos do mundo

arquitetura portuguesaO Cromeleque dos Almendres, em Évora, construído entre o século VI e III a.C. é a mais importante estrutura megalítica na Península Ibérica.


Define-se cromeleque como um conjunto de menires ou monólitos, ou seja, um conjunto de pedras cravadas verticalmente no solo, agrupadas em um ou mais círculos. É um monumento pré-histórico com função religiosa.

Cromeleque dos Almendres

Cromeleque dos Almendres

O Cromeleque dos Almendres, conhecido popularmente como Alto das Pedras Talhas, localiza-se na freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe, a cerca de 12 Km de Évora.

Foi construído entre o VI e III milénio a.C., antes do conhecido Stonehenge. É considerado, pela sua dimensão e bom estado de conservação, a mais importante estrutura megalítica da Península Ibérica e uma das mais antigas do Mundo.

Descoberto em 1964 pelo arqueólogo Henrique Pina, foi classificado pelo IGESPAR, em 1974, como Imóvel de Interesse Público. Na altura da sua descoberta grande parte dos menires encontravam-se derrubados, tendo sido recuperados, numerados e reposicionados de acordo com a sua implantação original.

Identificam-se três fases de crescimento/construção a que correspondem conformações espaciais distintas. No Neolítico Antigo Médio o cromeleque apresentava uma forma circular, no Neolítico Médio o recinto conformava-se em duas elipses concêntricas, e no Neolítico Final são acrescentados monólitos com gravuras rupestres, algumas das quais subsistem até hoje embora desgastadas pela erosão.

Almendres Almendres

O recinto teria mais de 100 menires, restando atualmente 92, estando orientado segundo um eixo nascente-poente. O recinto a poente, o mais antigo, tem aproximadamente 18,80 metros de diâmetro e o mais a nascente tem cerca de 43,60 metros.

Não há certezas sobre a função do Cromeleque dos Almendres mas, baseado em estudos arqueológicos, acredita-se que a implantação dos menires está relacionada com os movimentos astronómicos elementares do sol e da lua. Ganha assim, força a hipótese de estarmos perante um local sagrado, onde as comunidades agro-pastoris se reuniam para comemorar os solstícios e equinócios.

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