Aveiro

Aveiro, Veneza de Portugal, capital da Ria e terra de moliceiros afirma-se como uma cidade em expansão, atraente e cosmopolita.


Aveiro: enquadramento histórico

A chamada ria de Aveiro é uma grande laguna dividida em canais, que começa a formar-se a partir do século X, transformando a costa de Aveiro num porto de pesca e de comércio. Assim, o surgimento e desenvolvimento de Aveiro está intimamente ligado à ria.

No século XIII Aveiro é elevada à categoria de vila. O seu centro desenvolve-se à volta da Igreja Matriz demolida em 1835 e situada onde hoje é a Praça da República. A partir do século XIV tomando partido das favoráveis condições marítimas, Aveiro começa a expandir-se.

No século XV é construída uma cintura muralhada. Contudo, esta não abrangia totalmente a cidade devido à existência do Canal Central. Este divide, assim, Aveiro em dois núcleos: a zona intramuros, tradicional e nobre, e a zona extramuros, onde habitava a população que se dedicava às atividades marítimas. No final so século XV o desenvolvimento da vila é favorecido pela estada da Infanta D. Joana, filha de D. Afonso V, no Convento de Jesus, hoje Museu de Aveiro.

No século XVI, com o desenvolvimento da indústria do sal, da agricultura e da pesca, Aveiro vive um período de prosperidade, tendo-lhe sido concedido o foral em 1515.

A partir do final do século XVI e até ao século XVIII, dá-se o assoreamento do canal que liga a ria ao mar e a obstrução da barra. Estes fatores, aliados a uma forte mortalidade e a uma elevada taxa de emigração, contribuem para o atrofiamento urbano.

No século XVIII D. José I eleva Aveiro a cidade. Nesta altura, a cidade apresenta dois tipos de malha urbana: uma dentro da muralha a partir do canal central, radioconcêntrica, donde divergem as artérias, e outra, octogonal, na zona da Praça da Figueira.

Devido à rede de canais, no início do século XIX a cidade é comparada a Veneza, ainda hoje sendo apelidada de "Veneza portuguesa".

Durante o século XIX a muralha é demolida, sendo a sua pedra utilizada para a construção dos molhes da Barra Nova. A abertura da barra permite a formação de um largo canal que, abrindo a Ria para o mar, restitui a sobrevivência à região.

Em termos urbanísticos, o século XIX é um ponto de charneira relativamente aos precedentes. Na 2ª metade do século vivencia-se um período de prosperidade, impulsionado pela industrialização e pela chegada do caminho-de-ferro.

A melhoria dos acessos é fulcral para a implantação da indústria cerâmica Jerónimo Campos, atual Centro de Congressos, para a construção naval e para a retoma da atividade salineira.

Já no século XX, durante a 1ª República, uma das intervenções com maior repercussão na expansão urbana foi a abertura de um novo arruamento que liga a cidade à estação de caminho-de-ferro - a Avenida Central, atual Av. Dr. Lourenço Peixinho.

Neste período de prosperidade do século XX surge um número significativo de edifícios Arte Nova. Muitos deles foram recentemente recuperados, mantendo-se e valorizando-se a traça original. Destacam-se como imagem de marca da cidade três edifícios da Rua João Mendonça, junto ao Canal Central.

No final do século XX, Aveiro expande-se para sudoeste do núcleo antigo com a construção do Campus da Universidade de Aveiro, criada em 1973. O plano do Campus Universitário aposta na integração da nova zona na cidade e na articulação do espaço público exterior com os diferentes edifícios departamentais. De construção independente, embora quase contígua, o Campus da Universidade de Aveiro (UA) constitui, hoje, uma solução exemplar integrando cerca de 40 edifícios dos mais reputados arquitetos portugueses.

Atualmente, um dos elementos estruturantes do urbanismo de Aveiro são as linhas de água: Canal Central, Canal de São Roque, Canal do Paraíso, Canal do Cojo e no seu extremo o Lago da Fonte Nova. O Lago da Fonte Nova, construído artificialmente, constitui um enorme espelho de água, que serve de enquadramento ao Centro de Congressos, que ocupa a antiga fábrica Jerónimo Campos.

A nível habitacional, Aveiro tem apostado em edifícios de arquitetura contemporânea, preenchendo novas zonas de expansão urbana.

A intervenção do Programa Polis em Aveiro tem como objetivos a prevenção e defesa da zona costeira e lagunar e a promoção e valorização do património natural, contribuindo para a promoção e dinamização da vivência da ria. Em 2006, promovida pela Aveiro Polis, é construída uma ponte pedonal circular que une as quatro margens de dois canais: o Canal de S. Roque e o de Botirões.

Hoje, numa forte aposta na sustentabilidade urbana, tem-se vindo a integrar na cidade soluções que melhorem a qualidade de vida dos habitantes. Uma das soluções de mobilidade amiga do ambiente implementada é a BUGA (Bicicleta de Utilização Gratuita de Aveiro). Este equipamento visa proporcionar uma forma agradável, saudável e ecológica de deslocar-se pela cidade, por lazer ou para deslocações diárias.



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