Bartolomeu Costa Cabral é autor de uma vasta obra construída ao longo de 6 décadas de carreira. Parte da sua obra insere-se dentro do movimento moderno. Contudo, BCC vai mais longe, criando espaços adaptados ao sítio e cujo desenho e escolha de materiais os torna atemporais.
10 Obras de Bartolomeu Costa Cabral
Bloco das Águas Livres (em colaboração com Nuno Teotónio Pereira)
Lisboa, 1953 - 59Escola do Castelo
Lisboa, 1960 Maquete presente na Exposição "A Ética das Coisas", Tomar 2019Conjunto de 80 fogos do Bairro da Chamusca (em colaboração com Croft Moura)
Chamusca, 1960Conjunto de fogos em Olivais Sul - Célula C (em colaboração com Nuno Portas)
Lisboa, 1963 Fotografia: Trienal de Arquitetura de LisboaEdifício no Martim Moniz
Lisboa, 1973Fotografia: Exposição "A Ética das Coisas" Tomar 2019
Universidade da Beira Interior
Covilhã, 1973 - 200 Fotografia: UBIPlano de recuperação do Bairro do Pego Longo
Sintra, 1975-95 Fotografia: Exposição "A Ética das Coisas" Tomar 2019Faculdade de Engenharia da Universidade Católica
Sintra, 1995 - 2001Fotografia: Exposição "A Ética das Coisas" Tomar 2019
Museu de Laníficios - Reabilitação da Real Fábrica Veiga
Covilhã, 2000 - 2003Casa do Alentejo
Beja, 2007 Fotografia: Exposição "A Ética das Coisas" Tomar 2019Bartolomeu Costa Cabral: biografia
Bartolomeu Costa Cabral nasce em Lisboa a 8 de Fevereiro de 1929, onde vive. Licencia-se em arquitetura na Escola de Belas Artes de Lisboa (ESBAL), em 1957. Faz estágio em Paris, em 1962, onde estuda sobre habitação social e contacta com arquitetos como Le Corbusier, um dos pais do movimento moderno.
No início da sua carreira trabalha com Nuno Teotónio Pereira, onde participa na elaboração do projeto do Bloco Habitacional das Águas Livres, em Lisboa. Colabora igualmente com Nuno Portas, tendo participado no projeto de Olivais Sul.
Entre 1959 e 1968 trabalha para o Gabinete da Federação de Caixas de Previdência, elaborando, assim, projetos de habitação económica, como por exemplo O Bairro da Chamusca e a recuperação do Bairro do Pego Longo, em Sintra.
Em 1973 abre atelier próprio, sendo autor diversos edifícios habitacionais e de instituições de ensino superior. Realiza igualmente estudos urbanísticos, como o Plano de Ordenamento do Algarve, em 1969, e o Plano de Urbanização da Falagueira, de 1973.
Contudo, o seu projeto de maior duração é a Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã. Com início em 1973 e término em 2003, durou, assim, trinta anos, compreendendo o projeto de vários edifícios.
Paralelamente exerceu atividade docente, designadamente na ESBAL e na Arca – Escola Universitária de Artes de Coimbra. Foi igualmente conferencista no ISCTE.
Bartolomeu Costa Cabral foi membro da Direção do Sindicato Nacional dos Arquitetos entre 1960 e 1965, bem como, integrou a Direção da Secção Portuguesa da União Internacional de Arquitetos.
Arquitetura
A arquitetura é um serviço que se presta que tem como objetivo contribuir para fazer coisas com harmonia e beleza.Bartolomeu Costa cabral
A arquitetura de Bartolomeu Costa Cabral caracteriza-se pela criação de ambientes de grande serenidade. É, assim, uma arquitetura simples, despojada, mas que tem sempre presente a preocupação pelo bem-estar coletivo. Procura portanto acima de tudo a qualificação dos espaços.
Por outro lado, procura criar espaços que se integrem na paisagem, que se reflete, por exemplo, numa escolha criteriosa dos materiais. Gosta de materiais tradicionais e da sua cor natural, nomeadamente de reboco e de pedra. A sua mais recente obra, a Casa do Alentejo, em Beja, é um reflexo dessa postura. Nesta obra adota, assim, a construção em taipa à cor natural e a madeira sem pintura, numa clara referência à arquitetura popular local.
Bartolomeu Costa Cabral defende igualmente que os edifícios devem ser atemporais, ou seja, que resistam a modas materiais e que perdurem no tempo.
Prémios
Bartolomeu Costa Cabral foi galardoado com o Prémio AICA de Arquitetura 2019, prestigiando-se, assim, uma obra fortemente marcada por uma atitude ética e por uma postura contracorrente baseada no trabalho sobre uma materialidade simultaneamente disciplinar e poética.
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