Vítor Figueiredo (1929-2004) radicou-se em Lisboa, sendo autor de um grande número de habitações sociais, nas décadas de 60 e 70, bem como obras institucionais mais recentes. Paralelamente, foi professor em Coimbra e em Lisboa.
8 Obras de Vítor Figueiredo
Unidade de Habitação de Olivais Sul - Célula C (com Vasco Lobo)
Lisboa, 1960-64Conjunto Habitacional de Santo Estêvão
Benavente, 1963"Cinco dedos" - Lotes 249 a 253 do Plano de Urbanização de Chelas
Lisboa, 1972-75Fotografia: Trienal de Arquitectura de Lisboa
Igreja do Convento dos Remédios
Évora, 1978-1988 / 1999-2003Igreja de Albergaria de Fusos
Cuba, 1990-93Fotografia: Geocaching
Escola Superior de Artes Decorativas (ESAD) das Caldas da Rainha
Caldas da Rainha, 1990-96Fotografia: DGPC
Pólo da Mitra da Universidade de Évora
Évora, 1992-95Fotografia: EU Mies Award
Complexo Pedagógico, Científico e Tecnológico da Universidade de Aveiro
Aveiro, 1997-2000Vítor Figueiredo: biografia
Vítor Figueiredo nasce na Figueira da Foz a 17 de fevereiro de 1929. Licencia-se em arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1959.
Ainda estudante, colaborou com Januário Godinho e com Nuno Teotónio Pereira.
Inicia atividade independente em Lisboa em 1960. Em 1962, conjuntamente com Vasco Lobo, Nuno Teotónio Pereira e Nuno Portas participa na elaboração do projeto da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa.
Habitação Social
Em 1965 abre o seu próprio atelier, dedicando-se, nas décadas de 60 e 70 do século XX, ao projeto de habitação coletiva de custos controlados. Trabalha assim em colaboração com o Gabinete Técnico da Habitação (GTH) da Câmara Municipal de Lisboa e também para a Câmara de Setúbal. Colabora igualmente com a Federação das Caixas de Previdência - Habitações Económicas (HE-FCP) e com o Instituto Nacional da Habitação (INH). Tem assim perto de três dezenas de intervenções (entre projetos e obras) na denominada zona n.º 5, que englobava o distrito de Leiria e de Santarém.
No projeto de habitação social, e apesar dos escassos recursos económicos atribuídos, tenta conferir dignidade aos espaços comuns. Por outro lado, a nível de interiores tenta atribuir um suplemento de área, a fim de melhorar a vivência e criar flexibilidade de uso. Vítor Figueiredo considerava que os arquitetos deveriam propor um desenho de habitação social onde conseguissem morar, e não apenas um modelo que cumprisse os mínimos regulamentares. Demonstra assim uma visão realista e humanista da arquitetura e um afastamento ao legado funcionalista.
Arquitetura
A sua arquitetura é depurada, simples. Caracteriza-se por volumetrias de geometria pura, em que domina o branco. Contudo, muitas vezes, usa elementos da arquitetura própria do lugar. Há assim uma fusão de arquitetura e sítio. Pode-se considerar que algumas das suas intervenções têm mesmo um carácter quase anónimo. "Como se um arquiteto não tivesse passado por ali" nas palavras do próprio Vítor Figueiredo.
Por outro lado, a sua arquitetura potencia e valoriza o existente. A este propósito o arquiteto usa a metáfora da transformação da abóbora em carruagem de princesa. Assim, defende que a intervenção de um arquiteto vem sempre transformar e melhorar as condições existentes.
Nos últimos anos da sua vida, exerceu também atividade docente no Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e na Universidade Autónoma de Lisboa.
Faleceu a 30 de janeiro de 2004. O acervo de Vítor Figueiredo encontra-se no Forte de Sacavém (Sistema de Informação para o Património Arquitectónico), bem como, em diferentes arquivos municipais.
Prémios
1986 | Prémio da Associação Portuguesa dos Críticos de Arte.1989 | Prémio dos Programas Habitacionais de Setúbal.
1998 | Prémio Secil pela obra da Escola Superior de Artes Decorativas, nas Caldas da Rainha.
2005 | A título póstumo, a Câmara Municipal de Aveiro atribui a Menção Honrosa na categoria de Obra de Qualidade Excecional 2000-2003 ao seu projeto do Complexo Pedagógico, Científico e Tecnológico da Universidade de Aveiro.
+INFO
Documentário sobre Vítor Figueiredo - Arquivo RTP
Lista completa de obras
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