Desenhado por Luís Pedro Silva, o terminal de Cruzeiros do porto de Leixões, com a sua forma elíptica e uma "pele" em cerâmica hexagonal, tornou-se um ícone arquitectónico na marginal oceânica de Matosinhos.
Integrado no Plano Estratégico de Desenvolvimento do Porto de Leixões concluído em 2004, a construção do Terminal de Cruzeiros de Leixões visa, por uma lado, impulsionar a atividade de grandes cruzeiros e, por outro, uma melhoria da relação urbana entre o porto e a cidade.
Este plano estratégico assentou na concretização de 3 vertentes, realizadas por fases:
- A obra portuária, que consistiu na criação de um cais de acostagem, com 360 metros de comprimento, e que ficou concluído em 2011. Incluiu igualmente a construção de um porto de recreio com capacidade para 170 embarcações.
- A construção do edifício principal, o Terminal de Cruzeiros, inaugurado em 2015.
- A criação de um percurso de ligação do edifício principal à cidade.
Terminal de Cruzeiros de Leixões: arquitetura
Inaugurado em 2015, o Terminal de Cruzeiros do porto de Leixões é uma obra do arquiteto Luís Pedro da Silva, docente da FAUP. Localiza-se na extremidade do molhe sul de Matosinhos, a cerca de 750 metros da linha de costa.
Exterior
O Terminal de Cruzeiros de Leixões assume uma forma elíptica que, segundo o autor, é uma reinterpretação da curva do próprio molhe. Por outro lado, esta forma arquitetónica como que acompanha o fluxo de movimento inerente à funcionalidade. Assim, exteriormente o corpo principal desenrola braços curvos que se lançam em três direções: o primeiro que estabelece a ligação com a manga de embarque/desembarque do cais de acostagem; um segundo, que se estende para o porto de recreio; e, um terceiro, que conduz ao terminal de autocarros.
Se ao longe a forma curva chama a atenção, de perto somos atraídos pelo revestimento de azulejos hexagonais brancos que refletem a luz. A adoção desta materialidade é uma reinterpretação da tradição construtiva da cidade do Porto. Veio, assim, promover o uso contemporâneo de um material associado à arquitetura portuguesa tradicional e, simultaneamente, permitir uma redução do custo total de obra. Este material de revestimento vem também reforçar o carácter dinâmico do edifício, uma vez que, o assentamento em diferentes ângulos das peças cerâmicas, faz com que esta pele registe variações de tonalidade consoante a hora do dia, a incidência solar e as condições atmosféricas. O edifício tem também, de perto, um efeito 3D, que induz a uma experiência tátil.
Interior
No interior a forma curva é também dominante. Funcionando como uma promenade architecturale, foi criada uma rampa helicoidal, em torno de um vazio central de pé-direito quadruplo. Conduz-no do piso térreo à cobertura em terraço interligando, assim, todos os pisos. Este percurso é encimado por uma grande clarabóia, constituindo portanto um poço de luz, que ilumina os vários pisos.
A cobertura acessível é um grande miradouro com vista para o Atlântico e para a frente de mar de Matosinhos. Possui uma parte plana e outra em anfiteatro, reforçando, assim, o seu carácter cénico, que permite a realização de eventos.
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