Alcácer do Sal é uma cidade histórica debruçada sobre o estuário do Sado e as verdes planícies circundantes. Inspire-se na minimalista obra dos arquitetos Aires Mateus...
Enquadramento histórico
Existem vestígios de ocupação na região desde o período mesolítico, mas a povoação em si é fundada pelos fenícios antes de 1000 a.C.. Alcácer do Sal é anexada ao Império Romano no século II a.C. tomando o nome de Salacia Urbs Imperatoria e adquirindo o estatuto de cidade.
Durante o período de ocupação árabe dá-se o aquartelamento de tropas e a fixação de população muçulmana nos bairros junto ao castelo. Alcácer do Sal, então designada al-Qasr, que em árabe significa castelo, torna-se capital de província, com uma área de influência que ia até Lisboa.
A sua atividade económica estava ligada à produção de lã e sal e o seu porto é um dos mais importantes da Península Ibérica.
Alcácer é conquistada em 1158 por D. Afonso Henriques mas só em 1217 é reconquistada definitivamente por D. Afonso II, recebendo carta de foral.
Alcácer do Sal é uma cidade do Alentejo litoral, que se desenvolve na margem do rio Sado e se estende pela colina até ao castelo de origem muçulmana.
Castelo de Alcácer do Sal
O castelo, um exemplo de arquitetura militar islâmica, possui uma construção mista de pedra e taipa. A muralha apresenta uma planta aproximadamente elíptica e terá possuído cerca de 30 torres, entre as quais se destaca a Torre de Algique, a Torre do Relógio e a Torre da Adaga. Está classificado como Monumento Nacional.
O castelo é reforçado pelo rei D. Dinis e até ao século XV mantém as suas funções militares. Em 1570 é fundado no interior do castelo o convento de Aracoelli, ocupando o pré existente palácio da Ordem de Santiago da Espada e aí permanecendo até ao século XIX. A partir das ruínas do castelo é construída a Pousada D. Afonso II, inaugurada em 1998.
Pode ainda visitar-se no interior do castelo a Cripta Arqueológica, um museu que alberga os vestígios achados no local do período Neolítico, da Idade do Ferro e dos períodos de ocupação romana e árabe.
Período manuelino
É em Alcácer que, em 1500, D. Manuel casa com a Infanta D. Maria, filha dos reis Católicos de Espanha. Segundo alguns historiadores, a cerimónia decorre na Igreja do Espírito Santo. Nela se pode apreciar uma janela dupla manuelina.
A partir do século XVI dá-se um florescimento económico ligado à grande produção de sal. A abundante madeira de pinheiro da região é utilizada na construção naval na época dos descobrimentos.
A cidade consolida-se e são construídas igrejas e palácios. Algumas construções apresentam frontões triangulares com motivos alusivos a esta época áurea.
Nos séculos XVIII e XIX o rio Sado constitui a grande via de penetração no Alentejo. No transporte de mercadorias são usadas um conjunto de embarcações específicas como os laitéus e os galeões.
Contemporaneidade
De costas voltadas para o rio desde meados do século XX, pelo decréscimo do transporte fluvial de mercadorias, assiste-se hoje ao enaltecimento do rio e da sua envolvente.
Em 2012 é lançado o Programa RUAS que visa a regeneração urbana de Alcácer do Sal. As obras de requalificação abrangem duas áreas: a zona alta da cidade, junto ao castelo, e toda a frente ribeirinha da cidade.
Em 2012 é lançado o Programa RUAS que visa a regeneração urbana de Alcácer do Sal. As obras de requalificação abrangem duas áreas: a zona alta da cidade, junto ao castelo, e toda a frente ribeirinha da cidade.
A nível arquitectónico destaca-se a construção do Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia, projetado pelos arquitetos Aires Mateus. Esta obra de referência da arquitetura portuguesa contemporânea foi nomeada como uma das cinco finalistas do Prémio Mies van der Rohe 2013.
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