Av. dos Alianos: 100 anos

Aliados"Sala de visitas” da cidade do Porto, a Avenida dos Aliados foi traçada há 100 anos pelo arquiteto inglês Barry Parker. Uma obra que se iniciou em 1916 e que foi sendo feita ao longo do tempo.


A abertura da Avenida dos Aliados, no Porto, corresponde a um desejo de reestruturação da cidade existente. Progressivamente é nesta larga e ampla avenida que se fixa o poder político, social e económico.

No início do século XX o Porto regista um grande crescimento demográfico e uma densificação da malha urbana central, que acarretam problemas de salubridade e de degradação das condições de vida. Este fato leva a Câmara Municipal a convidar o arquiteto inglês Barry Parker, conhecido por ser um dos autores da primeira cidade jardim, para que elabore um plano de intervenção no centro cívico do Porto.


O plano de Barry Parker prevê a criação de uma Avenida (dos Aliados), desenhada segundo um eixo longitudinal de forma triangular, que articula a Praça da Liberdade e a do Município (General Humberto Delgado), ambas preexistentes. Um boulevard como era o gosto da época. 

A grande dimensão da placa central de uso pedonal, com cuidadas áreas ajardinadas, e a implementação de equipamentos e mobiliário urbano, tornam a Avenida dos Aliados num local de passeio, convívio e lazer do Porto do início do século XX. E é assim até hoje. A Avenida dos Aliados é ainda o palco preferencial de vários eventos.

As obras iniciam-se em 1 de fevereiro de 1916, sendo as construções feitas ao longo do tempo. São do arquiteto Marques da Silva os dois prédios que marcam o arranque da avenida. Progressivamente são construídos outros imponentes edifícios de granito, coroados de cúpulas e lanternins, como a Caixa Geral de Depósitos, desenhada por Pardal Monteiro, sedes de jornais, cafés emblemáticos. Uma arquitetura ao gosto Beaux-Arts.


No topo da avenida, o edifício da Câmara Municipal, um projeto de Correia da Silva, iniciado em 1920 e concluído em 1957, imprime à Avenida dos Aliados uma grande carga simbólica.

Em 2004, no âmbito da construção do Metro do Porto, os arquitetos Álvaro Siza e Eduardo Souto Moura assinam um projeto de requalificação da Avenida dos Aliados.

Contrariando a sequência praça-avenida-praça proposta por Parker, os arquitetos propõem a uniformização do espaço, criando-se uma grande praça da cidade. A opção por um pavimento contínuo de placas de granito reforça esta ideia. A “nova” Avenida dos Aliados, é mais cosmopolita e adaptada a um modo de vida contemporâneo, conciliando áreas de estar com uma regrada circulação automóvel e a linha de metro.




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